É claro que isso justificava uma forte tareia, mas Mr. Button descobriu que não era capaz de lha dar. Limitou-se a adverti-lo de que «aquilo tolheria o seu desenvolvimento».
Apesar disso, persistiu na sua atitude.
Levava para casa soldadinhos de chumbo, comboios de brincar, grandes e simpáticos animais feitos de algodão e, para fortalecer a ilusão que estava a criar - pelo menos para si mesmo -, perguntou veementemente ao empregado da loja de brinquedos se «havia o risco de a tinta se soltar do pato cor-de-rosa se o bebé o metesse na boca». Mas, não obstante todos os seus esforços paternais, Benjamin recusava interessar-se pelos brinquedos. Descia sorrateiramente a escada das traseiras e voltava para o quarto de bebé com um volume da Enciclopédia Britânica sobre o qual se debruçava uma tarde inteira, enquanto as suas vacas de pano e a sua Arca de Noé ficavam esquecidas no chão. De pouco valiam os esforços de Mr. Button contra semelhante teimosia.
Ao princípio, a sensação que o caso provocou em Baltimore foi prodigiosa. Não é possível determinar o que semelhante revés teria custado, socialmente, aos Button e aos seus familiares porque o deflagrar da Guerra Civil desviou a atenção da cidade para Outras coisas. Algumas pessoas inabalavelmente corteses espremiam os miolos em busca de elogios para fazer aos pais - e, por fim, descobriram o engenhoso expediente de declarar que o bebé se parecia com o avô, facto que, em virtude do estado de decadência padrão de todos os homens de setenta anos, não podia ser negado. Mr. e Mrs. Roger Button não gostavam e o avô de Benjamin sentia-se furiosamente insultado.
Quando saiu do hospital, Benjamin aceitou a vida tal como a encontrou. Foram visitá-lo alguns rapazinhos