Quero dizer, poderá ser, mas para usar como fato de fantasia. O senhor mesmo o poderia usar!
- Embrulhe-o - insistiu nervosamente o freguês. - É aquele que eu quero.
O estupefacto empregado obedeceu.
De novo no hospital, Mr. Button entrou no berçário e quase atirou o embrulho ao filho. - Aqui tens as tuas roupas - rosnou.
O velho tirou o cordel do embrulho e observou o conteúdo com um olhar intrigado.
- Parecem um pouco esquisitas para mim - queixou-se. - Não quero fazer papel de macaco...
- Já fizeste de mim macaco! - explodiu Mr. Button, furiosamente. - Não te preocupes com o quanto pareces esquisito. Veste-as... ou eu... ou eu desanco-te. - Engoliu com dificuldade depois de dizer a última palavra, mas sentiu, apesar disso, que dissera as palavras adequadas.
- Está bem, pai. - Este assentimento era uma simulação grotesca de respeito filial.
-Já viveu mais tempo do que eu e, por isso, sabe mais do que eu. Farei como quer.
Como acontecera antes, o som da palavra «pai» fez Mr. Button estremecer violentamente.
- E despacha-te.
- Estou a despachar-me, pai.
Quando o filho acabou de se vestir, Mr. Button olhou para ele, deprimido. O vestuário constava de meias às bolinhas, calças cor-de-rosa e uma camisa com cinto e uma larga gola branca. Sobre esta agitava-se uma comprida barba esbranquiçada que descia quase até à cintura. O efeito não era nada bom.
- Espera!
Mr. Button empunhou uma tesoura hospitalar e, com três tesouradas rápidas, amputou uma grande extensão da barba. Mas, apesar dessa melhoria, o conjunto ficou aquém da perfeição. O restolho esparso do cabelo que restara, os olhos lacrimosos e os dentes velhos e amarelos pareciam destoar peculiarmente do aspecto vistoso do fato. No entanto, Mr.