Benny McClenahan fazia-se acompanhar sempre de quatro raparigas, que nunca eram exactamente as mesmas em pessoa, mas que eram tão idênticas umas às outras que inevitavelmente parecia que lá tinham estado antes. Já não me lembro bem dos seus nomes próprios - Jacqueline, acho eu, ou então Consuela, ou Gloria, ou Judy ou June, mas sei que os apelidos delas eram, ou melodiosos nomes de flores e de meses, ou os nomes mais severos de grandes capitalistas americanos, cujas primas, se pressionadas, elas confessavam ser.
A acrescentar a todos estes nomes, lembro-me ainda de Faustina O'Brien, que lá esteve uma vez, pelo menos, e das meninas Baedeker e do jovem Brewer, que tinha ficado sem o nariz durante a guerra, e do senhor Albrucksburger e Miss Haag, sua noiva, e Ardita Fitz-Peters e o senhor P. Jewett, outrora presidente da Legião Americana, e Miss Cláudia Hip, acompanhada de um homem que tinha fama de ser seu chauffeur, e um príncipe de não-sei-o-quê, a quem chamávamos duque, e cujo nome, se é que alguma vez cheguei a sabê-lo, já esqueci.
Toda esta gente apareceu, nesse Verão, em casa de Gatsby. Às nove horas da manhã de um dia, em fins de Julho, o aparatoso automóvel de Gatsby apareceu, sem eu contar, a subir aos solavancos o pedregoso caminho de acesso à minha casa e disparou uma melodiosa buzinadela em três notas. Era a primeira vez que me visitava, apesar de eu já ter ido a duas festas dele, subido no seu hidroplano e, a insistente convite dele, feito frequente uso da sua praia privativa,
- Então, bom dia, meu velho! Como você vai almoçar hoje comigo, pensei que era mais lógico irmos junto; no carro.
Equilibrava-se de pé, apoiado ao tablier do carro com essa desenvoltura de movimentos tão peculiar aos americanos - que provém, suponho eu, da ausência de trabalhos pesados na juventude mas, mais do que isso, da graça natural dos nossos esporádicos exercícios nervosos.