No mysterio onde a Morte some
Aquillo a que a alma chama a vida,
Que resta d’elle a nós – só o nome
E a fé perdida?
* * *
Se Deus o havia de levar,
Para que foi que nol-o trouxe –
Cavalleiro leal, do olhar
Altivo e doce?
***
Soldado-rei que oculta sorte
Como em braços da Pátria ergueu,
E passou como o vento norte
Sob o ermo céu.
* * *
Mas a alma acesa não aceita
Essa morte absoluta, o nada
De quem foi a Pátria, e fé eleita,
E ungida a espada.
* * *
Se o amor crê que a Morte mente
Quando a quem quer leva de novo,
Quão mais crê o Rei ainda existente
O amor de um povo!
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