Logo na manhã seguinte sobreveio o ataque. Os animais estavam fazendo a refeição matinal, quando as sentinelas chegaram correndo com a notícia de que Frederick e seus seguidores já haviam atravessado a porteira das cinco barras. Corajosamente, os bichos saíram ao seu encontro, mas desta vez não obteriam uma vitória fácil como a da Batalha do Estábulo. Eram quinze homens, com meia dúzia de espingardas, e abriram fogo tão logo chegaram a cinquenta metros. Os animais não puderam fazer frente à saraivada de balas e, a despeito dos esforços de Napoleão e Sansão para fazê-los voltar à luta, retrocederam. Muitos já estavam feridos. Refugiaram-se no casario da granja e ficaram olhando prudentemente pelos buracos. Toda pastagem, inclusive o moinho de vento, caíra nas mãos do inimigo. Até Napoleão estava perplexo. Caminhava de um lado para o outro, sem proferir palavra, com o rabo rígido e contraído. Olhares ansiosos eram lançados na direção de Foxwood. Se Pilkington e seus homens os ajudassem, ainda poderiam ganhar a parada. Porém, nesse momento, voltaram os quatro pombos enviados no dia anterior, um deles trazendo um pedaço de papel da parte de Pilkington, com as palavras "Bem feito" escritas a lápis.
Enquanto isso, Frederick e seus homens se haviam detido junto ao moinho de vento. Os animais continuavam observando e viram surgir um pé-de-cabra e um malho. Correu um murmúrio de aflição. Iam botar abaixo o moinho de vento.
- Impossível - exclamou Napoleão. - As paredes são grossas demais para isso. Nem em uma semana conseguirão. Coragem, camaradas.
Benjamim, porém, observava atentamente a atividade dos homens. Lentamente, com um ar de quem se diverte, meneou o focinho.
- Exatamente o que eu supunha - disse ele. Vocês não vêem o que eles estão fazendo? Daqui a pouco vão colocar explosivos naquele buraco.