luta contra as forças adversas, e a esperança teimosa na vitória final, - tudo Telémaco ouvia, orgulhoso e palpitante. E ninguém estranhará o seu orgulho -- o orgulho de ser filho de tal pai, de um Herói cuja glória o Universo conhecia, e cujas proezas insignes voavam de boca em boca.
Quando Ulisses, porém, terminada a heróica narrativa, lhe perguntou os nomes dos pretendentes, e quantos eram e quais as suas armas; quando, informado de tudo, lhe afirmou que ambos, sozinhos, eram capazes de expulsar e castigar os infames ladrões da fortuna e do sossego alheios - Telémaco, prudentemente, quis dissuadi-lo de tal intento.
- «Pois quê - replicava - dois homens, embora valentes, teriam força para combater as dezenas de criados e soldados, além dos turbulentos chefes, que se tinham instalado no palácio? Impossível! Inacreditável...
Cento e trinta pessoas logo Telémaco enumerou, cento e trinta pessoas bem apetrechadas para a defesa, dispostos a defender-se de todas as maneiras, e que se julgavam em terreno conquistado na casa de Ulisses! Gente sem vergonha que a todo o momento reclamava, gritando, a presença de Penélope, e atroava os ecos do palácio com o tilintar das armas nos exercícios guerreiros, os jogos ruidosos