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Capítulo 9: Ulisses no Inferno

Página 67
Uma noite eterna estende sobre esses desgraçados o sombrio véu das suas trevas. Guarda-os Cerbero, cão de três fauces abrasadas de chamas, que repele e assusta os visitantes. Circe ensinara-nos a palavra sortílega que o doma e escraviza. Por isso, não nos atacou, e pudemos desembarcar, e oferecer aos deuses o carneiro e a ovelha negros, que sacrificámos em sua honra. Ajoelhámos depois, e fizemos as nossas rezas. Mal as acabámos, de todos os lados se erguem sombras e fantasmas que nos rodeiam. Eram os habitantes dos Infernos que nos vinham receber. E entre eles, um antigo companheiro nosso, Elpenor, que tinha morrido no Palácio de Circe, não porque a deusa lhe tivesse feito mal, mas porque, ébrio de vinho que bebera em excesso, caíra do terraço onde adormecera... Chorámos ambos ao tornar-nos a ver, e cheio de saudade lembrei o tempo venturoso em que o tinha junto de mim...

Outras sombras vieram, outras sombras queridas, parentes, amigos, e até a sombra de minha mãe, que deixara viva ao partir para Tróia, que julgava ainda viva, e que ali vinha encontrar, morta e abandonada. Que tristeza, que dor me toma! Ficaria a chorar eternamente, se não aparecesse Tirésias, e eu não fosse obrigado a cumprir o juramento que fizera a Circe.

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Capa do livro Odisseia
Páginas: 129
Página atual: 67

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
A Odisseia 1
Telémaco e os Pretendentes 2
Calipso 8
A Tempestade 13
Nausica 19
O Cavalo de Pau 32
Polifemo e Ninguém 41
Éolo e Circe 54
Ulisses no Inferno 66
As Sereias Sila e Caribdes 75
Os Rebanhos do Sol 85
Ulisses Despede-se de Córcira 90
Eumeu, o Feitor de Ulisses 96
Telémaco Reconhece Ulisses 103
Argus, o Cão Fiel 114
Derrota dos Pretendentes, Vitória de Ulisses 118