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Capítulo 1: O PAI GORIOT

Página 164
A sua condenação é até uma coisa que lhe deu em tudo o que fez uma honra infinita...

- É então um homem honrado - perguntou Poiret.

- À maneira dele. Consentiu em assumir o crime que outro cometeu, uma falsificação cometida por um jovem muito belo que amava muito, um jovem Italiano bom jogador, que tinha entrado há pouco no serviço militar, onde além disso se comportou na perfeição.

- Mas se Sua Excelência o Ministro da polícia tem a certeza que o senhor Vautrin é Morte-em-Pé, porque precisaria então de mim? - disse a menina Michonneau.

- Ah! sim -' disse Poiret -, se com efeito o ministro, como teve a honra de nos dizer, tem uma certeza qualquer...

- Certeza não é a palavra, apenas se desconfia. Compreendam a situação. Jacques Collin, alcunhado de Morte-em-Pé, tem toda a confiança das três prisões que o escolheram para ser seu agente e banqueiro. Ganha muito em ocupar-se deste tipo de negócios, que como é lógico pede um homem de marca.

- Ah! Ah! Está a compreender o trocadilho, menina? - disse Poiret. - O senhor chama-lhe homem de marca, porque foi marcado.

- O falso Vautrin - disse o agente, continuando - recebe os capitais dos senhores condenados, coloca-os, conserva-os e mantém-nos à disposição dos que fogem, ou das famílias deles, quando assim o registam em testamento, ou das amantes, quando sacam dele para elas.

- Das amantes! Quer dizer das esposas - observou Poiret.

- Não, senhor. O condenado geralmente só tem esposas ilegítimas, que chamamos de concubinas.

- Vivem então todos em concubinato?

- Por conseguinte.

- Ora essa! - disse Poiret. - Aqui estão horrores que o Senhor Ministro, não deveria tolerar. Visto que tem a honra de ver Sua Excelência é o senhor que me parece ter ideias filantrópicas, que o deve esclarecer sobre a conduta imoral dessa gente, que dá um péssimo exemplo ao resto da sociedade.

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Capa do livro O Pai Goriot
Páginas: 279
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Os capítulos deste livro:
O PAI GORIOT 1