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Capítulo 1: O PAI GORIOT

Página 173
Ainda sou melhor pai. Penso que ainda não pertencem a ninguém! O velhote limpou os olhos, chorava. Há muito tempo que não tinha ouvido essa frase, há muito tempo que ela não me dava o braço. Oh sim!, já há bem 10 anos que não ando lado a lado com uma das minhas filhas. Como é bom roçar no vestido dela, andar ao mesmo passo, partilhar o seu calor! Enfim, levei Delphine, esta manhã, por todo o lado. Entrava com ela nas lojas. E levei-a a casa. Oh! Guarde-me junto de si. Pode precisar de alguém para lhe fazer um recado, estarei disponível. Oh! Se esse brutamontes desse Alsaciano morresse, se a gota dele tivesse a boa ideia de lhe subir ao estômago, como a minha pobre filha seria feliz! Seria meu genro, seria aos olhos de todos o marido dela. Ora! É tão infeliz por nada conhecer dos prazeres desse mundo, que a absolvo de tudo. Deus deve de estar do lado dos pais que amam. Ela ama-o muito! - disse, abanando a cabeça após uma pausa. - No caminho, falava de si comigo: «Não é meu pai, ele é bonito! Tem bom coração! Fala de mim?» Ora, o que ela me disse, desde da Rua de Artois até à passagem dos Panaromas! Revelou por fim o seu coração ao meu. Durante essa manhã, já não era velho, não pesava quase nada. Disse-lhe que me tinha devolvido o bilhete de 1000 francos. Oh! A querida ficou emocionada até às lágrimas. Mas que tem ali sobre a chaminé? - disse por fim o pai Goriot que morria de impaciência ao ver Rastignac imóvel.

Eugène, completamente tonto, olhava para o vizinho com um ar estupefacto. Esse duelo, anunciado por Vautrin para o dia seguinte, contrastava de forma tão violenta com a realização das suas esperanças mais queridas, que ressentia todas as sensações de um pesadelo. Virou-se para a chaminé, viu a pequena caixa quadrada, abriu-a e encontrou lá dentro um papel que tapava um relógio de Bréguet.

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Capa do livro O Pai Goriot
Páginas: 279
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Os capítulos deste livro:
O PAI GORIOT 1