Eugène tremeu com todos os seus membros. O barulho de um fiacre fez-se ouvir na rua e um criado mandado pelo senhor Taillefer, e que reconheceu de imediato a senhora Couture, entrou precipitadamente desorientado.
- Menina - gritou -, o senhor seu pai pede-lhe que venha. Uma grande desgraça aconteceu. O senhor Frédéric combateu num duelo. Recebeu um golpe de espada na testa, os médicos desesperam de o salvar, terá apenas tempo de lhe dizer adeus, já não está em si.
- Pobre rapaz! - gritou Vautrin. - Como é que se combate quando se tem trinta boas libras de rendimento? Decididamente, a juventude não sabe conduzir-se.
- Senhor! - gritou Eugène.
- Então, o que há, criança? - disse Vautrin, acabando de beber
o café tranquilamente, operação que a menina Michonneau seguia de perto com demasiado atenção para poder emocionar-se com o acontecimento extraordinário que deixava todos estupefactos. Não há duelos todas as manhãs em Paris?
- Vou consigo, Victorine - dizia a senhora Couture.
E essas duas mulheres voaram sem xaile nem chapéu. Antes de sair, Victorine, com os olhos em lágrimas, deitou a Eugène um olhar que dizia: Não pensava que a nossa felicidade tivesse que me custar tantas lágrimas!
- Ora! É então profeta, senhor Vautrin? - disse a senhora Vauquer.
- Sou tudo - disse Jacques Collin.
- Como é estranho! - continuou a senhora Vauquer, encadeando uma fila de frases insignificantes sobre este acontecimento - A morte surpreende-nos sem nos consultar. Somos felizes por não estarmos sujeitas ao duelo, mas temos Outras doenças de que os homens não padecem. Fazemos as crianças, e a dor de mãe dura muito tempo! Que sorte para Victorine! O pai é agora obrigado a adoptá-la.
- Aqui está! - disse Vautrin olhando para Eugène.