Capítulo 1: O PAI GORIOT
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Só pode ter sido esse larápio do Fio-de-Seda. Não é verdade, pai ordenado r? - disse ao chefe da Polícia. - Isso cola demasiado bem com a estada das nossas notas lá em cima. Já não há nada, meus pequenos denunciantes. Quanto ao Fio-de-Seda, será enterrado em menos de quinze dias, mesmo que o fizessem guardar por toda a vossa esquadra. Que lhe deram, a essa Michonette? - disse aos agentes da Polícia. Alguns milhares de ecus? Valia mais do que isso, Ninon corrompida, Pompadour desfeita, Vénus do Pere-Lachaise. Se me tivesses avisado, terias tido 6000 francos. Ah! Nem desconfiavas disso, velha vendedora de carne, senão teria tido a preferência. Sim, tê-los-ia dado para evitar uma viagem que me contraria e que me faz perder dinheiro. - Dizia enquanto lhe punham as algemas. - Essas pessoas vão adorar andar comigo de um lado para o outro só para me aborrecer. Se me enviassem logo para a prisão, depressa voltaria às minhas ocupações, apesar dos nossos pequenos pacóvios do quai des Orfêvres. Além, vão todos virar a cabeça às avessas para fazer escapar o general deles, esse bom Morte-em- Pé! Haverá um de vocês, como eu, rico com mais de 10000 irmãos prontos a tudo por vocês? -. perguntou com orgulho. - Há coisa boa aqui dentro - disse, batendo no peito. - Nunca traí ninguém! Toma, preguiçosa, olha para eles disse, dirigindo-se à rapariga. - Olham para mim com terror, mas tu dás-lhes asco. Apanha o teu espólio. - Fez uma pausa contemplando os pensionistas. - Como sois estúpidos, vocês! Nunca viram nenhum evadido? Um evadido do calibre de Collin, aqui presente, é um homem menos cobarde do que os outros, e que protesta contra as profundas decepções do contrato social, como o diz jean- Jacques, de quem me glorifico de ser aluno. Enfim, estou só contra o Governo, com o seu monte de tribunais, de polícias, de orçamentos, quero lá saber.
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