O Pai Goriot - Cap. 1: O PAI GORIOT Pág. 203 / 279

A menina Michonneau tendo feito o gesto de pegar no braço de Poiret olhando para ele, este não pôde resistir a tal chamamento e veio dar-lhe o seu apoio. Aplausos choveram e houve uma explosão de risos.

- Bravo, Poiret!

- Este velho Poiret!

- Apelo- Poiret.

- Marte-Poiret.

- Corajoso Poiret!

Nesse momento, um moço-de-recados entrou, entregou uma carta à senhora Vauquer que se deixou cair numa cadeira, após a ter lido.

- Mas só me resta queimar a casa, a trovoada cai sobre ela. O filho Taillefer morreu às 3 horas. Sou bem castigada por ter desejado a felicidade dessas senhoras em detrimento desse pobre jovem. A senhora Couture e Victorine pedem-me as coisas delas e vão morar na casa do pai. O senhor Taillefer permite à filha manter a viúva Couture como dama de companhia. Quatro apartamentos vazios, cinco pensionistas a menos! Sentou-se e pareceu chorar. - A desgraça entrou na minha casa - gritou.

O ruído de um carro que parava soou de repente na rua.

- Mais uma má noticia - disse Sylvie.

Goriot mostrou de repente uma fisionomia brilhante e colorida de felicidade, que podia fazer crer na sua regeneração.

- Goriot de fiacre - disseram os pensionistas. - O fim do mundo está a chegar.

O velhote foi direito a Eugène, que se mantinha pensativo num canto, e pegou-lhe num braço

- Vinde - disse, alegremente.

- Não sabe o que aconteceu? - disse-lhe Eugène. - Vautrin era um evadido que acabaram de prender e o filho Taillefer está morto.

- E então! Que temos nós a ver com isso? - respondeu o pai Goriot.

- Vou jantar com a minha filha, a casa dela, está a ouvir? Ela está à sua espera, vinde!

Puxou Rastignac com tanta violência pelo braço, fê-lo andar de força e pareceu levá-lo como se fosse a sua amante.





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