A menina Michonneau tendo feito o gesto de pegar no braço de Poiret olhando para ele, este não pôde resistir a tal chamamento e veio dar-lhe o seu apoio. Aplausos choveram e houve uma explosão de risos.
- Bravo, Poiret!
- Este velho Poiret!
- Apelo- Poiret.
- Marte-Poiret.
- Corajoso Poiret!
Nesse momento, um moço-de-recados entrou, entregou uma carta à senhora Vauquer que se deixou cair numa cadeira, após a ter lido.
- Mas só me resta queimar a casa, a trovoada cai sobre ela. O filho Taillefer morreu às 3 horas. Sou bem castigada por ter desejado a felicidade dessas senhoras em detrimento desse pobre jovem. A senhora Couture e Victorine pedem-me as coisas delas e vão morar na casa do pai. O senhor Taillefer permite à filha manter a viúva Couture como dama de companhia. Quatro apartamentos vazios, cinco pensionistas a menos! Sentou-se e pareceu chorar. - A desgraça entrou na minha casa - gritou.
O ruído de um carro que parava soou de repente na rua.
- Mais uma má noticia - disse Sylvie.
Goriot mostrou de repente uma fisionomia brilhante e colorida de felicidade, que podia fazer crer na sua regeneração.
- Goriot de fiacre - disseram os pensionistas. - O fim do mundo está a chegar.
O velhote foi direito a Eugène, que se mantinha pensativo num canto, e pegou-lhe num braço
- Vinde - disse, alegremente.
- Não sabe o que aconteceu? - disse-lhe Eugène. - Vautrin era um evadido que acabaram de prender e o filho Taillefer está morto.
- E então! Que temos nós a ver com isso? - respondeu o pai Goriot.
- Vou jantar com a minha filha, a casa dela, está a ouvir? Ela está à sua espera, vinde!
Puxou Rastignac com tanta violência pelo braço, fê-lo andar de força e pareceu levá-lo como se fosse a sua amante.