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Capítulo 1: O PAI GORIOT

Página 220
A hospedeira tinha saído. Eugène voltou para o quarto para ver se não esquecia nada e congratulou-se por ter tido essa ideia ao ver na gaveta da mesa a promissória em branco, subscrita a Vautrin, que tinha despreocupadamente atirado para ali no dia em que a tinha pago. Não tendo lume, ia rasgá-la em pedaços pequenos quando, reconhecendo a voz de Delphine, não quis fazer nenhum barulho, e parou para a ouvir, pensando que ela não deveria ter segredo algum para com ele. Depois, logo após as primeiras palavras, achou a conversa entre o pai e a filha demasiado interessante para deixar de a ouvir.

- Ah! Meu pai - disse ela - queira o céu que tenha tido a ideia de pedir contas da minha fortuna a tempo de eu não ficar arruinada! Posso falar?

- Sim, a casa está vazia - disse o pai Goriot com uma voz alterada.

- Que tendes, meu pai? - continuou a senhora de Nucingen.

- Acabas - respondeu o velhote - de me dar um duro golpe na cabeça. Deus te perdoe, minha filha! Não sabes o quanto eu te amo, se o tivesses sabido, não me terias dito tão repentinamente uma coisa tal, sobretudo se nada está perdido. Que te aconteceu de tão aflitivo para que tenhas vindo aqui quando dentro de alguns instantes estaremos na Rua d'Artois?

- Ora, meu pai, seremos nós donos do primeiro impulso numa catástrofe? Sou doida! O seu advogado revelou-nos um pouco mais cedo a desgraça que talvez vá rebentar mais tarde. A sua velha experiência comercial vai-nos ser necessária e acorri para vir buscá-lo como alguém que se agarra a um ramo quando se está a afogar. Quando o senhor Derville viu o senhor de Nucingen pôr-lhe mil e um obstáculos, ameaçou-o com um processo dizendo-lhe que a autorização do presidente do tribunal seria obtida rapidamente. Nucingen veio esta manhã aos meus aposentos para me perguntar se eu queria a ruína dele e a minha.

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Capa do livro O Pai Goriot
Páginas: 279
Página atual: 220

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
O PAI GORIOT 1