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Capítulo 1: O PAI GORIOT

Página 221
Respondi-lhe que não conhecia nada dessas coisas, que tinha uma fortuna, que devia estar na posse dela, e que tudo o que dizia respeito a esse assunto era tratado com o meu advogado, que eu estava na mais profunda ignorância e na impossibilidade de perceber algo a esse respeito. Não era o que me tinha aconselhado a dizer?

- Muito bem! - Respondeu o pai Goriot.

- Pois bem - retomou Delphine -, pôs-me ao corrente dos seus negócios. Enfiou todos os capitais dele e os meus em empresas em fase de arranque e para as quais foi preciso retirar grandes somas para o estrangeiro. Se o forçasse a apresentar o meu dote, seria obrigado a declarar falência, enquanto se eu quiser esperar um ano, compromete-se sobre a honra dele a entregar uma fortuna duplicada ou triplicada da que tinha, colocando os meus capitais em operações territoriais no fim das quais serei dona de todos os meus bens. Meu querido pai, ele foi sincero, assustou-me. Pediu-me perdão pela sua conduta, devolveu-me a minha liberdade, permitiu-me fazer o que bem me apetecesse, na condição de o deixar gerir à vontade os negócios em meu nome. Prometeu-me, para me provar a sua boa fé, falar como senhor Derville todas as vezes que eu quiser para julgar se as actas nas quais me institui proprietária estarão convenientemente redigidas. Enfim, entregou-se a mim de mãos e pés atados. Pede ainda durante dois anos para dirigir a minha casa e suplicou-me para não gastar mais comigo do que aquilo que ele dá. Provou-me que tudo o que podia fazer era conservar as aparências, que tinha mandado embora a bailarina e que era obrigado à mais restrita e surda economia, a fim de chegar ao fim das suas especulações sem alterar o seu crédito. Tratei-o mal, pus tudo em dúvida a fim de o levar ao extremo e de saber mais, mostrou-me os livros de contas, enfim chorou.

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Capa do livro O Pai Goriot
Páginas: 279
Página atual: 221

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
O PAI GORIOT 1