- Mas as leis existem para isso! Mas há uma execução capital para os genros dessa espécie - gritou o pai Goriot. - Mas eu próprio lhe cortarei a cabeça se não-existir carrasco.
- Não, meu pai, não existem leis contra ele. Ouvi em duas palavras a linguagem dele, limpa das perífrases que utilizava: «Ou tudo está perdido, não tem um cêntimo, está arruinada; pois não saberia escolher para cúmplice outra pessoa; ou me deixa então conduzir a bem as empresas.» É claro? Ainda precisa de mim. A minha probidade de mulher reconforta-o, ele sabe que lhe deixarei a fortuna dele e irei contentar-me com a minha. É uma associação imprópria e um roubo ao qual devo consentir sob pena de estar arruinada. Ele compra a minha consciência e paga-a deixando-me à vontade ser mulher de Eugène. «Permito-te cometer erros, deixa-me fazer crimes arruinando pobres pessoas!» Esta linguagem já é suficientemente clara? Sabe o que é que ele chama de operações? Compra terrenos sem nada com o nome dele depois manda lá construir casas por testas-de-ferro. Esses homens concluem os negócios para as construções com todos os empreiteiros,