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Capítulo 1: O PAI GORIOT

Página 234
- disse ela, pálida e a tremer de cólera, de furor, de raiva -, perdoava-te tudo, Deus é testemunha, mas isto! Sabias que este senhor estava ali! Tiveste a baixeza de te vingar, deixando que eu lhe revelasse os meus segredos, a minha vida, a dos meus filhos, a minha vergonha, a minha honra! Vá, já não me és nada, odeio-te, far-te-ei todo o mal possível, eu... - A ira cortou-lhe a palavra e a garganta ficou-lhe seca.

- Mas é o meu filho, a nossa criança, teu irmão, teu salvador - gritava o pai Goriot. - Beija-o, Nasie! Olha, eu beijo-o - retomou, apertando Eugène quase como de fúria. - Oh! Meu filho! Serei mais do que um pai para ti, quero ser uma família inteira. Quereria ser Deus, lançaria o universo a teus pés. Mais, beija-o lá, Nasie? Não é um homem, mas um anjo, um verdadeiro anjo.

- Deixai-a meu pai, ela está doida neste momento - disse Delphine.

- Doida! Doida! E tu és o quê? - perguntou a senhora de Restaud.

- Meus filhos, morro se continuam - gritou o velhote, caindo sobre a cama como que atingindo por uma bala. «Elas matam-mel», pensou.

A condessa olhou para Eugène, que ficava imóvel, destroçado pela violência desta cena:

- Senhor - disse-lhe, interrogando-o pelo gesto, pela voz e pelo olhar, sem tomar atenção ao pai cujo colete Delphine rapidamente abriu.

- Senhora, pagarei e calarei - respondeu, sem esperar pela pergunta.

- Mataste o nosso pai, Nasie! - disse Delphine, mostrando o velhote desmaiado à irmã, que fugiu.

- Perdoo-lhe - disse o pobre velho, abrindo os olhos. - A situação dela é horrorosa e daria cabo de qualquer cabeça mais saudável. Consola-a, Nasie, sê doce para com ela, promete-o ao teu pobre pai, que está a morrer - pediu a Delphine, apertando-lhe a mão.

- Mas que tendes? - disse ela, assustada.

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Capa do livro O Pai Goriot
Páginas: 279
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Os capítulos deste livro:
O PAI GORIOT 1