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Capítulo 1: O PAI GORIOT

Página 268

Eugène cumprimentou os dois esposos, adivinhando a horrível crise em que se encontrava a mulher e retirou-se estupefacto. O tom do senhor de Restaud tinha-lhe demonstrado a inutilidade do seu passo, e compreendeu que Anastasie não era mais livre. Correu para casa da senhora de Nucingen e encontrou-a deitada.

- Estou doente, meu pobre amigo - disse esta. - Apanhei frio quando saí do baile, tenho medo de ter uma angina de peito, espero o médico...

- Nem que tivesse a morte a sair-lhe dos lábios - disse Eugène, interrompendo-a -, tem de se arrastar para junto de seu pai. Ele chama-a! Se pudesse ouvir o mais pequeno dos seus gritos, não se sentiria nada doente.

- Eugène, meu pai talvez não esteja tão doente como o diz, mas ficaria desesperada de ter qualquer reprimenda a seus olhos e irei conduzir-me como desejar. Ele, sei, morreria de tristeza se a minha doença se tornasse mortal por causa desta saída. Pois bem! Irei logo que o meu médico vier. Ah! Por que não tem mais o seu relógio? - Disse, não vendo a correia. Eugène corou. - Eugène! Eugène, se já a tivesse vendido, perdido... Oh! Isso seria muito mau.

O estudante inclinou-se sobre a cama de Delphine e disse-lhe ao ouvido: - Quer saber? Pois bem! Sabei! Seu pai não tem com que comprar o manto de morte no qual o envolveremos esta noite. O seu relógio está penhorado, não tinha mais nada.

Delphine saltou de repente para fora da cama, acorreu à sua secretária e lá pegou a bolsa, estendeu-a a Rastignac. Tocou e gritou:

- Vou já, vou já, Eugène. Deixai-me vestir, mas seria um monstro! Ide, chegarei primeiro do que você! Thérèse - gritou à criada -, dizei ao senhor de Nucingen para subir para falar comigo agora mesmo.

Eugène, feliz por poder anunciar ao moribundo a presença de uma das filhas, chegou quase feliz à Rua Neuve-Sainte-Cenevieve.

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Capa do livro O Pai Goriot
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Os capítulos deste livro:
O PAI GORIOT 1