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Capítulo 1: O PAI GORIOT

Página 87
No entanto, estes últimos raios brilharam o suficiente para que a viscondessa ficasse em Paris e aí servisse o seu jovem parente para quem tinha uma espécie de afecto supersticioso. Eugène tinha-se mostrado para com ela cheio de devoção e de sensibilidade numa circunstância em que as mulheres não vêm piedade, consolação verdadeira em nenhum olhar. Se um homem lhes diz então doces palavras, di-las por especulação.

No desejo de perfeitamente conhecer as peças do jogo antes de tentar a abordagem da casa de Nucingen, Rastignac quis conhecer a vida passada do pai Goriot e recolheu algumas informações preciosas, que se podem resumir no seguinte.

Jean Joachim Goriot era, antes da revolução, um simples operário de uma fábrica de aletria, hábil, poupado e suficientemente audacioso para ter comprado o negócio do patrão, que o azar tornou vítima da primeira revolta de 1789. Tinha-se estabelecido na Rua da Jussienne, perto do Halle-aux-Blés, e tinha tido o bom senso de aceitar a presidência da sua secção, a fim de proteger o seu comércio com os personagens mais influentes dessa perigosa época. Esta sabedoria tinha estado na origem da sua fortuna que começou com a miséria, falsa ou verdadeira, durante a qual os grãos adquiriram um preço enorme em Paris. O povo matava-se à porta das padarias, enquanto algumas pessoas iam buscar sem problema as massas de Itália aos merceeiros. Durante esse ano, o cidadão Goriot ganhou capitais que mais tarde lhe serviram para mandar para a frente o seu comércio com toda a superioridade que dá uma grande quantia de dinheiro àquele que a possui. Aconteceu-lhe o que acontece a todos os homens que só têm uma capacidade relativa. A sua mediocridade salvou-o. Além disso, a sua fortuna só sendo conhecida na altura em que não havia problemas em se ser rico não excitou a inveja de ninguém.

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Capa do livro O Pai Goriot
Páginas: 279
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Os capítulos deste livro:
O PAI GORIOT 1