- Que diabo está a fazer aí, senhor Jukes? - perguntou o capitão MacWhirr.
Esta maneira inusitada de chamá-lo, embora mais murmurada que articulada, fez com que o corpo do senhor Jukes estremecesse como se lhe tivessem enfiado um dedo debaixo da quinta costela. Ele tinha mandado trazer para a ponte um banco baixo, e sentado nele, com um bocado de corda enrolada aos pés e um pedaço de lona estendido sobre os joelhos, empurrava vigorosamente uma agulha de marinheiro. Levantou a cabeça, e a surpresa deu-lhe aos olhos uma expressão de inocência e candura.
- Estou apenas a reforçar alguns desses sacos que fizemos na viagem passada para carregar carvão - obtemperou ele, suavemente. - Vamos precisar deles para quando voltarmos a meter carvão, sir.
- E que foi feito dos outros?
- Naturalmente gastaram-se, sir.
O capitão MacWhirr, depois de baixar os olhos irresolutamente para o seu imediato, exprimiu a melancólica e cínica convicção de que «se alguma vez se soubesse a verdade» metade deles tinham ido pela borda fora, e afastou-se para o outro lado da ponte.