Tufão - Cap. 6: VI Pág. 99 / 103

Poderíamos livrar-nos deles depois entregando-os com o dinheiro que lhes pertencia ao manda rim ou taotai ou lá como diabo chamam a esses tipos de óculos que vemos transportados de cadeirinha pelas suas ruas fedorentas.

Mas o capitão não era capaz de ver as coisas desta maneira. Queria fazer tudo discretamente. Tinha-se-lhe metido uma ideia na cabeça, e nem um guindaste a vapor seria capaz de arrancá-la de lá. Queria que se falasse do caso o menos possível para bem do nome do navio e do nome dos armadores - '.

Enquanto isso, eu mal me conseguia ter de pé.

Nenhum nós pregava olho há mais de trinta horas, mas o capitão estava ali a coçar o queixo, a coçar o alto da cabeça, tão absorvido que nem sequer se lembrava de descalçar as botas altas.

- Espero, sir - disse eu -, que não os vá deixar subir ao tombadilho antes de estarmos preparados para enfrentá-los de uma maneira ou de outra. - Não, repara, que eu me sentisse muito esperançoso de controlar aqueles maltrapilhos se eles decidissem atirar-se a nós. Uma refrega com um carregamento de chineses não é nenhuma brincadeira. Além disso eu estava também muito cansado. - Eu só queria - acrescentei - que nos permitisse atirar com todos esses dólares para o meio daqueles tipos, deixando que eles resolvessem à pancada a questão da partilha, enquanto nós descansávamos um pouco.

- Agora está a dizer disparates, Jukes - tornou ele, erguendo os olhos com aquela lentidão que faz uma pessoa sentir-se toda dorida, sei lá porquê.





Os capítulos deste livro