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Capítulo 1: Capítulo 1

Página 30
A vida as busca e as usa, ainda que elas sejam para seu próprio sofrer. Jovens cometeram suicídio porque Rolla o fez, morreram por suas próprias mãos porque por suas próprias mãos Werther morreu. Pense no que devemos à imitação de Cristo, no que devemos à imitação de César.

Cyril – A teoria é certamente curiosa, mas para torná-la completa você deve mostrar que a Natureza, não menos que a Vida, é uma imitação da Arte. Está preparado para prová-lo?

Vivian – Meu querido amigo, eu estou preparado para provar qualquer coisa.

Cyril – A Natureza segue o pintor de paisagem, então, e toma dele seus efeitos?

Vivian – Certamente. De onde, senão dos impressionistas, nós conseguimos essas maravilhosas névoas marrons que vêm deslizando nossas ruas abaixo, embaçando as lamparinas e transformando as casas em sombras monstruosas? A quem, senão a eles e seu mestre, devemos as adoráveis neblinas prateadas que afagam nosso rio, e transformam em indistintas formas de graça desvanecida ponte curvada e oscilante barcaça? A extraordinária mudança que aconteceu no clima de Londres durante os últimos dez anos é inteiramente devido a uma particular escola de Arte. Você sorri. Considere o assunto de um ponto de vista científico ou metafísico, e você verá que estou certo. Pois o que é a Natureza? A Natureza não é nenhuma grande mãe que nos gerou. Ela é nossa criação. É em nosso cérebro que ela toma vida. As coisas são porque as vemos, e o que vemos, e como o vemos, depende das Artes que nos influenciaram.

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Capa do livro A Decadência da Mentira
Páginas: 42
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