Ocultou o rosto nas mãos e desfez-se em pranto.
«Tem de responder-me» - continuei.
Ela ergueu-se e, fitando-me o rosto, disse:
«Lorde Murchison, nada tenho a dizer-lhe».
«Foi encontrar alguém» - exclamei. - «É esse o seu mistério».
Ela ficou terrivelmente pálida e disse:
«Não fui encontrar ninguém».
«Não pode dizer a verdade?» - exclamei.
«Já a disse» - replicou ela.
Eu estava a enlouquecer, alucinado. Não sei o que disse, mas foram coisas terríveis. Por fim, saí à pressa da casa. Escreveu-me uma carta no dia seguinte. Devolvi-lhe, intacta e parti para a Noruega, em companhia de Alan Colville. Um mês depois regressei e a primeira coisa que vi no Morning Post foi a notícia da morte de Lady Alroy. Apanhara um resfriado na Ópera e morrera, dentro de cinco dias, de congestão pulmonar. Fechei-me em casa e não quis ver ninguém. Tinha-a amado tanto, tinha-a amado tão loucamente! Meu Deus! Quanto amara eu aquela mulher!