- As minhas investigações!
- Daí a retemperadora expedição a Lausana. Bem sabe que eu não posso deixar Londres enquanto o velho Abrahams viver com o terror da morte. Por outro lado, e à luz de princípios gerais, é preferível que eu não saia do país. A Scotland Yard sente-se desamparada sem mim e a minha ausência provoca uma excitação muito inconveniente entre os criminosos. Vá, portanto, meu caro Watson e se o meu humilde conselho valer a extravagância de dois pence por palavra, estou à sua disposição noite e dia do outro lado do telégrafo continental.
Dois dias mais tarde, encontrava-me no Hôtel National de Lausana, onde fui recebido com toda a cortesia por M. Moser, o seu conhecido gerente. Lady Frances, informou-me ele, ficara lá várias semanas. Todos os que a conheciam gostavam dela. Não teria mais de 40 anos. Era ainda esbelta e apresentava todos os sinais de ter sido, na juventude, uma mulher muito bela. M. Moser nada sabia de jóias valiosas, mas os criados haviam reparado que uma pesada mala no quarto da senhora estava sempre bem fechada. Marie Devine, a criada, era tão popular como a ama. Ligara-se, entretanto, a um chefe de mesa do hotel e não tive dificuldade em obter a sua morada. Era na Rue de Trajan, 11, em Montpellier. Tomei nota de tudo, convencido de que o próprio Holmes não teria sido mais hábil na investigação.
Apenas um aspecto permanecia ainda obscuro. Nenhuma luz esclarecia a causa da súbita partida da senhora. Lady Frances sentia-se feliz em Lausana. Havia todos os motivos para acreditar que passaria o Verão nos luxuosos aposentos sobranceiros ao lago – e, no entanto, partira de um dia para o outro, perdendo assim uma semana paga adiantadamente.