- Aldgate, onde o corpo foi encontrado, fica bastante depois da estação de onde partem os comboios para London Bridge, onde teria de parar a caminho de Woolwich,
- Podemos imaginar muitas circunstâncias que o impedissem de sair em London Bridge. Por exemplo, alguém na carruagem com quem tivesse uma conversa absorvente. A conversa terá levado a uma discussão violenta, na qual ele perdeu a vida. Talvez tenha tentado abandonar a carruagem e caído à linha, morrendo. O outro fechou a porta. O nevoeiro era denso, não se via nada.
- Atendendo ao estado presente dos nossos conhecimentos, não há melhor explicação, mas repara, Sherlock, no muito que deixas de parte. Admitamos que o jovem Cadogan West resolvera levar os papéis para Londres. Teria certamente marcado encontro com o agente estrangeiro e mantido a noite livre de compromissos. Ora, comprou dois bilhetes para o teatro, acompanhou a noiva quase até lá e depois, subitamente, desapareceu.
- Um tonto - disse Lestrade, que escutava a conversa com alguma impaciência…
- Um tonto muito especial. Esta é a objecção número um. Objecção número dois: suponhamos que chega a Londres e se encontra com o agente estrangeiro. Tem de colocar novamente os papéis no cofre de manhã ou darão pela falta deles: Retira dez. Só estavam sete no seu bolso. Que foi feito dos outros três? Decerto não os largou de livre vontade. E onde está o preço da traição? Deveríamos ter-lhe achado nos bolsos uma grande quantia.
- Eu vejo tudo perfeitamente claro - disse Lestrade. - Não tenho a menor dúvida sobre o que aconteceu. Ele apoderou-se dos papéis para os vender. Encontrou-se com o agente. Não chegaram a acordo quanto ao preço. Cadogan West tornou a casa, mas o agente acompanhou-o.