Corri pela charneca e espreitei por entre as árvores. Ao longe, vi o velho edifício de pedra cinzenta, com chaminés características do período Tudor, mas o caminho passava pelo meio de arbustos cerrados e não consegui voltar a ver o homem.
Pareceu-me no entanto, que tinha feito um bom trabalho e regressei a Farnham satisfeito. O agente imobiliário local não me pode dar quaisquer informações sobre Charlington Hall e indicou-me uma conhecida firma em Pall Mall. Já a caminho de casa, passei por lá e fui recebido com cortesia pelo responsável. Não, não podia alugar Charlington Hall durante o Verão. Chegara tarde de mais. Fora alugado há um mês, e o arrendatário chamava-se Sr. Williamson. Era um cavalheiro respeitável e idoso. O bem educado agente lamentou não me poder dar mais indicações, pois não lhe cabia discutir os assuntos privados dos seus clientes.
O Sr. Sherlock Holmes ouviu com atenção o longo relato que nessa noite lhe apresentei, mas não proferiu aquela breve expressão de louvor que eu esperava e que tão cara me seria. Pelo contrário, o seu rosto austero estava ainda mais severo que habitualmente ao comentar as coisas que eu tinha feito e as que não tinha feito.
- O seu esconderijo, meu caro Watson, deixou muito a desejar. Devia ter-se colocado atrás da sebe, donde teria uma clara visão dessa interessante personagem. Da forma como as coisas aconteceram, estava a umas centenas de metros de distância e deu-lhe ainda menos pormenores que Miss Smith. Ela pensa que não conhece o homem; eu estou convencido de que conhece. Senão, porque é que estaria tão ansiosa de se aproximar dele para ver as suas feições? Você descreve-o como tendo pedalado debruçado sobre o guiador.
