O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 4: A Aventura da Ciclista Solitária Pág. 106 / 363

Agora salte para a carruagem e vejamos se consigo remediar as consequências do meu erro.

Saltámos para a carruagem e Holmes, depois de a voltar na direcção oposta, fez estalar o chicote e voámos estrada fora. Ao descrevermos a curva, toda a parte da estrada entre o Hall e a charneca ficou ao alcance da nossa vista. Agarrei o braço de Holmes.

- Lá está o homem! - exclamei.

Um ciclista solitário vinha na nossa direcção. Vinha de cabeça baixa e curvado sobre o guiador enquanto aplicava toda a energia de que dispunha nos pedais. Pedalava como um corredor. Subitamente, ergueu o rosto barbudo, viu-nos perto dele e parou, saltando da bicicleta. A sua barba negra como carvão contrastava vivamente com a palidez do seu rosto e tinha os olhos brilhantes como se estivesse com febre. Olhou para nós e para a carruagem. Depois, uma expressão de espanto passou-lhe pelo rosto.

- Eh! Parem! - gritou, pondo a bicicleta no meio da estrada para nos bloquear o caminho. - Onde é que arranjaram essa carruagem? Pare, homem! - gritou, tirando uma pistola da algibeira. - Pare, senão juro-lhe que dou um tiro ao seu cavalo.

Holmes atirou as rédeas para cima dos meus joelhos e saltou da carruagem.

- Era o senhor quem eu procurava. Onde está Miss. Violet Smith? - perguntou na sua habitual forma incisiva.

- Isso pergunto-lhe eu a si. O senhor vai na carruagem dela. Deve saber onde ela está.

- Encontrámos a carruagem na estrada. Vinha sem ninguém. Voltámos para trás para ajudar a jovem.

- Santo Deus! Santo Deus! Que é que eu hei-de fazer? - exclamou o estranho num desespero absoluto. - Eles apanharam-na. Aquele cão do Woodley e o bandido do padre. Venha, homem, se é de facto amigo dela.





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