- Dei uma margem de meia hora - disse. - Se aquela é a carruagem de Miss Smith, deve ir apanhar o comboio anterior. Receio bem, Watson, que ela passe por Charlington antes de a conseguirmos apanhar.
A partir do momento em que passámos a lomba da estrada, deixámos de ver a carruagem, mas avançámos a um passo tão rápido que a minha vida sedentária começou a manifestar o seu efeito em mim de tal forma que tive de ficar para trás. No entanto, Holmes estava em forma, pois tinha reservas intermináveis de energia nervosa. O seu passo ginasticado não abrandou até que subitamente, a uns cem metros de mim, estacou e vi-o erguer as mãos num gesto de sofrimento e desespero. Nesse mesmo instante, uma carruagem vazia com o cavalo a trote e as rédeas a arrastar pelo chão, surgiu na curva da estrada, dirigindo-se rapidamente para nós.
- Demasiado tarde, Watson, demasiado tarde! - exclamou Holmes quando eu cheguei, ofegante, junto dele. - Que idiota que eu fui em não prever o comboio anterior! É rapto, Watson… rapto! Assassínio! Sabe Deus o que será! Bloqueie a estrada! Pare o cavalo! Óptimo.