- Bom - disse Holmes -, falaremos acerca disso depois de comermos.
Ao ficarmos sozinhos na cozinha de chão de pedra, foi espantoso ver como o tornozelo de Holmes depressa ficou bom. Era quase noite e já não comíamos desde manhã cedo, portanto, fizemos uma refeição um pouco demorada. Holmes reflectia profundamente e dirigiu-se uma ou duas vezes à janela, olhando atentamente lá para fora. A janela dava para um pátio sujo. Num canto, ao fundo, havia uma oficina de ferreiro onde estava a trabalhar um rapaz todo sujo. Do outro lado eram os estábulos, Holmes sentara-se depois de uma destas idas à janela quando, subitamente, saltou da cadeira, soltando uma exclamação em voz alta.
- Caramba, Watson, creio que descobri! - disse. – Sim, sim, deve ser assim. Watson, lembra-se de ver hoje alguns rastos-de vacas?
- Sim, vários.
- Onde?
- Bom, por todo o lado. No pântano, no caminho e ainda no sítio onde o pobre Heidegger foi morto.
- Exactamente. Bom, Watson, e quantas vacas viu na charneca?
- Não me recordo de ter visto alguma.
- Estranho, Watson, termos visto rastos ao longo do nosso caminho mas não termos visto qualquer vaca em toda a charneca. Muito estranho, hem, Watson?
- Sim, é estranho.
- Agora, Watson, faça um esforço para se recordar. Consegue lembrar-se dos rastos que vimos no caminho?
- Sim, recordo-me.
- Recorda-se de, por vezes, esses rastos terem esta disposição, Watson? - e dispôs várias migalhas de pão da seguinte forma: ::::::::: - e por vezes: - :.:.:.:.: - e ainda, ocasionalmente, assim: - . . . . . . . . - Lembra-se disso?
- Não, não me lembro.
- Mas lembro-me eu. Poderia jurar que eram assim. No entanto, voltaremos lá quando tivermos tempo para nos certificarmos.