Recebemos um telegrama do Dr. Huxtable ontem à tarde que nos avisava da vossa descoberta.
-Tenho de falar com o duque, Sr. Wilder.
- Mas ele está no quarto.
- Então, tenho de ir ao quarto dele.
- Creio que está de cama.
- Falarei com ele, mesmo assim.
A atitude fria e inexorável de Holmes mostrou ao secretário que era inútil discutir com ele.
- Muito bem, Sr. Holmes, dir-lhe-ei que está cá.
Passada uma hora, o grande nobre apareceu. O seu rosto estava mais cadavérico que nunca, tinha os ombros descaídos e pareceu-me estar perante um homem muito mais velho que aquele que vira na manhã do dia anterior. Saudou-nos com majestosa cordialidade e sentou-se à sua secretária com a barba ruiva sobre o tampo.
- Então, Sr. Holmes? - disse.
Mas o olhar do meu amigo estava fixo no secretário, que estava junto da cadeira do duque.
- Creio que falaria mais à vontade se o Sr. Wilder não estivesse presente, Vossa Senhoria.
O secretário empalideceu e deitou um olhar malévolo a Holmes.
- Se Vossa Senhoria quiser...
- Sim, sim, é melhor ir-se embora. Bom, Sr. Holmes, que é que tem para me dizer?
O meu amigo esperou até que a porta se fechasse após a saída do secretário.
- O facto é que o Dr. Watson e eu soubemos, Vossa Senhoria - disse Holmes -, através do Dr. Huxtable, que foi oferecida uma recompensa para a solução deste caso. Gostaríamos de ouvir a confirmação desse facto da sua própria boca.
- Confirmo; Sr. Holmes.
- Esta recompensa ascende, se estou correctamente informado, a cinco mil libras a serem dadas a qualquer pessoa que lhe diga onde está o seu filho!
- Exactamente.
- E que dará mais mil libras à pessoa que indique quem é que o manteve preso!
- Exactamente.