Juntos percorremos silenciosamente a estrada e aproximámo-nos da porta da estalagem. A bicicleta continuava encostada à parede. Holmes acendeu um fósforo e chegou-o à roda traseira e ouviu-o rir baixinho quando a luz revelou um pneu Dunlop remendado. Por cima de nós estava a janela iluminada.
- Tenho de espreitar pela janela, Watson. Se se baixar, apoiando-se na parede, creio que conseguirei.
Instantes depois, os seus pés estavam em cima das minhas costas, mas tão depressa subiu como desceu.
- Vamos, meu amigo - disse ele -, o nosso dia de trabalho já vai longo. Creio que já obtivemos todas as informações possíveis. Ainda é uma longa caminhada até à escola e quanto mais depressa nos pusermos a caminho melhor.
Durante a cansativa caminhada pela charneca, Holmes mal abriu a boca e ao chegar não quis entrar na escola, indo à estação de Mackleton donde podia mandar alguns telegramas. Já noite cerrada, ouvi-o a consolar o Dr. Huxtable que estava prostrado com a morte do professor e, mais tarde, ainda entrou no meu quarto com tanta vivacidade e energia como de manhã.
- Está tudo a correr bem, meu amigo - disse. - Prometo-lhe que até amanhã à noite teremos a solução deste mistério.
Às onze horas da manhã seguinte, o meu amigo e eu subíamos a famosa avenida ladeada de teixos de Holdernesse Hall. Fomos recebidos na magnífica entrada isabelina e levados para o escritório de Sua Alteza. Aí encontrámos o Sr. James Wilder, calmo e amável, mas com alguns vestígios do horrível terror da noite anterior no seu olhar furtivo e nas suas feições nervosas.
- Vieram falar com Sua Senhoria? Lamento, mas o duque está longe de estar bem de saúde. Ficou muito perturbado com a trágica notícia.