Holmes examinou a janela.
- Alguém tentou também forçar a janela. Fosse quem fosse, não conseguiu entrar. Deve ser um ladrão muito ineficiente.
- Isto é extraordinário - disse o inspector. - Iria jurar que estas marcas não estavam aqui ontem à tarde.
- Alguma pessoa curiosa da aldeia - sugeri.
- É muito improvável. Poucas pessoas da aldeia se atreveriam a pôr pés na propriedade, quanto mais forçar a entrada na cabana. Que é que acha, Sr. Holmes?
- Creio que a sorte nos está a bafejar.
- Quer dizer que essa pessoa tentará de novo?
- É muito provável. Estava à espera de encontrar a porta aberta. Tentou forçar a fechadura com a lâmina de um pequeno canivete. Que é que ele podia fazer?
- Voltar cá na noite seguinte com um instrumento mais adequado.
- Também é essa a minha opinião. Se não estivermos cá para o recebermos, a culpa será nossa. Entretanto, vejamos o interior da cabina.
Todos os vestígios da tragédia tinham sido eliminados, mas o mobiliário da pequena sala encontrava-se como na noite do crime. Durante duas horas, e com a mais intensa concentração, Holmes examinou cada um dos objectos, mas a sua expressão mostrava que a sua acção estava a ser infrutífera. Interrompeu a sua paciente investigação apenas por uma vez.
- Tirou alguma coisa desta prateleira, Hopkins?
- Não, não tirei nada.
- Tiraram alguma coisa daqui. Há menos pó neste canto da prateleira que nos outros sítios. Pode ter sido um livro que estivesse deitado. Pode ter sido uma caixa. Bom, não posso fazer mais nada. Vamos dar um passeio por este belo bosque, Watson, dedicando algumas horas aos pássaros e às flores. Encontrar-nos-emos aqui depois, Hopkins, para ver se conseguimos apanhar o cavalheiro que cá veio ontem à noite.