O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 8: A Aventura dos Seis Napoleões Pág. 206 / 363

Foi-nos apresentado como sendo o dono da casa, o Sr. Horace Harker, do Central Press Syndicate.

- É novamente o tal caso de Napoleão - disse Lestrade. - Ontem à noite pareceu-me interessado, Sr. Holmes, portanto, pensei que lhe agradaria estar agora presente, num momento em que o problema assumiu um cariz bastante mais grave.

- E qual é?

- Assassínio. Sr. Harker, importa-se de contar a estes senhores exactamente o que aconteceu?

O homem de robe olhou-nos com uma expressão extremamente melancólica.

- É extraordinário o facto de toda a minha vida eu ter recolhido notícias acerca das outras pessoas e agora, que uma notícia verdadeiramente importante se dá na minha vida, estou tão confuso e incomodado que não consigo dizer coisa com coisa - disse. - Se eu tivesse vindo aqui como jornalista, ter-me-ia-entrevistado a mim próprio e visto e publicado o texto a duas colunas em todos os jornais da tarde. Da forma como as coisas se estão a passar, estou a fornecer uma caxa importantíssima ao contar a minha história vezes sem conta a inúmeras pessoas, e eu próprio não me posso servir dela. No entanto, já ouvi falar em si, Sr. Sherlock Holmes, e se conseguir explicar este estranho caso sentir-me-ei recompensado pelo trabalho de lhe contar o que se passou.

Holmes sentou-se e escutou.

- Tudo parece centrar-se no busto de Napoleão que comprei para pôr nesta mesma sala, há cerca de quatro meses. Comprei-o barato nos Harding Brothers, quase junto à estação de High Street. Grande parte do meu trabalho jornalístico é feito à noite, e muitas vezes fico a escrever até de madrugada. Foi o que aconteceu hoje. Estava sentado no meu escritório, que fica nas traseiras da casa, e por volta das três da manhã pensei ouvir barulho cá em baixo.





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