O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 8: A Aventura dos Seis Napoleões Pág. 207 / 363

Pus-me à escuta, mas o barulho não se repetiu e concluí que tinha sido na rua. Depois, subitamente, cerca de cinco minutos mais tarde, ouvi um terrível uivo... o som mais terrível que alguma vez ouvi, Sr. Holmes. Lembrar-me-ei dele até morrer. Fiquei sentado, gelado de horror, durante um ou dois minutos. Depois, peguei no atiçador da lareira e desci as escadas. Quando entrei nesta sala, vi a janela aberta de par em par e reparei imediatamente que o busto desaparecera de cima da lareira. Por que é que um ladrão roubaria tal coisa ultrapassa a minha compreensão, pois era apenas um molde de gesso sem qualquer valor real.

»Pode ver com os seus próprios olhos que qualquer pessoa que saltasse pela janela conseguiria, dando uma passada larga, passar para os primeiros degraus. Fora claramente isso que o ladrão fizera, portanto, dei a volta e abri a porta. Quando saí para a noite escura, quase caí por tropeçar num homem morto que ali jazia. Corri para dentro de casa para ir buscar uma luz e vi o pobre tipo, com um grande corte na garganta, e tudo inundado de sangue. Estava de costas, com os joelhos dobrados para cima e a boca terrivelmente aberta. Vê-lo-ei sempre em sonhos. Só tive tempo para soprar no meu apito de polícia e, depois, devo ter desmaiado, pois não dei por mais nada até ver o polícia debruçado sobre mim no hall.

- Bom, quem era o homem assassinado? - perguntou Holmes.

- Não tinha qualquer identificação - disse Lestrade. - Poderá ver o corpo na morgue, mas até agora ainda não descobrimos nada. É um homem alto, bronzeado, muito forte e não devia ter mais de trinta anos. Está mal vestido e, no entanto, não parece ser um operário. Uma faca de cabo de osso estava no meio de uma poça de sangue junto do corpo.





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