O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 8: A Aventura dos Seis Napoleões Pág. 226 / 363

Essa era a razão óbvia. Bom, depois do assassínio, calculei que Beppo apressaria, em vez de retardar, os seus movimentos; Tinha, certamente, medo de que a polícia descobrisse o seu segredo e apressou-se para que esta não o surpreendesse. É claro que eu não podia afirmar que ele não tinha encontrado a pérola no busto de Harker. Nem sequer tinha a certeza absoluta de ser a pérola aquilo que ele procurava, mas tornou-se-me evidente que ele procurava qualquer coisa, pois levara o busto, passando por outras casas, a fim de o partir num jardim que estava iluminado por um candeeiro. Dado que o busto de Harker era um de três, as hipóteses eram exactamente aquelas que vos indiquei... duas para uma contra a pérola lá estar. Restavam dois bustos e era óbvio que tentaria obter primeiro o que estava em Londres. Avisei os moradores da casa de forma a evitar uma segunda tragédia e fomos lá, obtendo os melhores resultados. É claro que nessa altura já eu sabia ao certo que era a pérola dos Bórgias que procurávamos. O nome do homem assassinado relacionou um acontecimento com o outro. Restava um único busto... o de Reading... e a pérola tinha de estar nesse. Comprei-o na vossa presença ao dono... e ali está ele.

Ficámos em silêncio durante alguns momentos.

- Bom - disse Lestrade-, já o vi tratar de muitos casos, Sr. Holmes, mas acho que nunca vi um trabalho tão perfeito como este. Na Scotland Yard não temos inveja de si. Não, temos orgulho em si e, se amanhã lá for, não há ninguém, desde o inspector mais velho ao guarda mais jovem, que não queira apertar-lhe a mão.

- Obrigado! - disse Holmes. - Obrigado! - repetiu, voltando-se, parecendo-me mais comovido por emoções humanas mais brandas do que alguma vez o vira.





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