Depois, deu-se o assassínio de Ronald Adair. Finalmente chegara a minha hora. Sabendo o que eu sabia, não era evidente que o autor fora o coronel Moran? Tinha jogado às cartas com o pobre rapaz, seguira-o até casa desde o clube e alvejara-o através da Janela aberta. Não havia dúvidas. Bastam as balas para fazer que seja enforcado. Vim imediatamente para Inglaterra. Fui visto pelo sentinela que eu sabia que chamaria a atenção do coronel para a minha presença. Este não deixaria de relacionar o meu súbito regresso com o seu crime e ficaria terrivelmente alarmado. Tinha a certeza de que ele tentaria eliminar-me imediatamente, e que utilizaria a sua mortífera arma para esse fim. Deixei-lhe um excelente alvo na janela e, depois de avisar a polícia de que a sua presença poderia ser necessária... a propósito, Watson, você detectou a sua presença na entrada da porta com extrema precisão... instalei-me naquilo que me parece ser um criterioso posto de observação, nunca sonhando que ele fosse escolher o mesmo local para o seu ataque. Então, meu caro Watson, ficou alguma coisa por explicar?
- Ficou - respondi. - Não esclareceu qual o motivo do coronel Moran para assassinar Ronald Adair.
- Ah!, meu caro Watson, aqui entramos no reino das conjecturas, onde até o mais lógico dos cérebros pode falhar. Cada um pode formular a sua própria hipótese com base nas provas existentes, e a sua será provavelmente tão correcta como a minha.
- Então, já formulou uma hipótese?
- Creio que não é difícil explicar os factos. Ficou provado que o coronel Moran e o jovem Adair tinham, entre ambos, ganho uma considerável quantia de dinheiro. Bom, decerto que Moran fez batota... há muito tempo que me apercebi disso.
