O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 12: A Aventura de Abbey Grange Pág. 330 / 363

Vê como foi fácil descobri-lo assim que obtive a pista certa.

- Pensei que a polícia nunca viesse a descobrir o nosso embuste.

- A polícia não descobriu e, em minha opinião, nunca descobrirá. Repare, capitão Crocker, este é um assunto muito sério embora esteja disposto a admitir que o senhor agiu sob a mais extrema provocação a que um homem pode ser sujeito. Não estou certo de que em defesa da sua própria vida a sua acção não seja declarada legítima. No entanto, é um júri inglês que decidirá isso. Entretanto, solidarizo-me consigo ao ponto de lhe dizer que, se quiser fugir durante as próximas vinte e quatro horas, prometo-lhe que ninguém o impedirá.

- E só então é que se saberá tudo?

- Claro que se saberá tudo.

O marinheiro ficou vermelho de ira.

- Que raio de proposta é essa? Sei o suficiente acerca da lei para compreender que Mary seria detida como minha cúmplice. Acha que eu a deixaria sozinha para enfrentar tudo isso enquanto eu me punha ao fresco? Não senhor, eles que me façam a mim o pior mas, por amor de Deus, Sr. Holmes, arranje forma de manter a pobre Mary fora do tribunal.

Holmes voltou a apertar a mão ao marinheiro.

- Só o estava a pôr à prova e você corresponde como pensei.

Bom, vou assumir uma grande responsabilidade, mas dei uma exlelente sugestão a Hopkins e, se ele não a conseguir aproveitar, nada mais posso fazer. Olhe, capitão Crocker, resolveremos isto sob a forma legal. O senhor é o réu e Watson, você é um júri inglês e não conheço ninguém que melhor possa representá-lo. Eu sou o juiz. Bom, meus senhores, ouviram os factos. Consideram o réu culpado ou não culpado?

- Não culpado, Sr. Dr. Juiz, respondi.

- Vox populi, vox Dei.





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