O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 13: A Aventura da Segunda Mancha Pág. 338 / 363

Mas, se reflectir sobre a situação europeia, não terá qualquer dificuldade em compreender o motivo. Toda a Europa é um campo armado. Existe uma dupla aliança que mantém um relativo equilíbrio em termos de poder militar. A Grã-Bretanha é o fiel da balança. Se a Inglaterra for impelida para a guerra com uma das partes, isso assegurará a supremacia da outra parte, quer entre ou não na guerra. Está a acompanhar-me?

- Muito claramente. É então do interesse dos inimigos desse potentado apanhar a carta e publicá-la, de forma a provocar um rompimento entre esse país e o nosso?

- Sim, Sr. Holmes.

- E a quem é que seria enviado este documento se caísse nas mãos de um inimigo?

- A qualquer dos grandes Governos da Europa. Provavelmente, estará a caminho neste mesmo instante, com a maior rapidez que é possível.

O Sr. Trelawney Hope deixou cair a cabeça sobre o peito e gemeu alto. O primeiro-ministro pousou-lhe a mão no ombro, num gesto bondoso.

- Foi um grande azar o seu, meu caro. Ninguém o pode culpar. Não houve nenhuma precaução que tivesse descurado. Bom, Sr. Holmes, está na posse de todos os factos. Que acções é que nos recomenda?

Holmes abanou a cabeça tristemente.

- O senhor pensa que, a menos que o documento seja recuperado, haverá guerra?

- Creio que é muito provável.

- Então, o senhor tem de se preparar para a guerra.

- Fala muito duramente, Sr. Holmes.

- Analise os factos. Não é possível que a carta tenha sido tirada depois das onze e trinta da noite pois, pelo que me foi dito, Hope e a mulher estiveram ambos no quarto desde essa hora até ser dada pela falta do documento. Assim, este foi tirado ontem à noite, entre as sete e trinta e as onze e trinta, provavelmente no início deste período, pois quem o tirou sabia certamente que o documento se encontrava ali e naturalmente o subtraiu o mais cedo possível.





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