O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 13: A Aventura da Segunda Mancha Pág. 337 / 363

- Nesse caso, dir-lhe-ei qual o conteúdo da carta confiando inteiramente na sua lealdade e na do seu colega, o Dr. Watson. Também faço um apelo ao vosso patriotismo, pois não consigo imaginar maior desgraça para o nosso país que aquela que aconteceria se o caso viesse a público.

- Pode confiar em nós.

- Bem, a carta foi escrita por um determinado potentado estrangeiro que se irritou com certos assuntos coloniais do nosso país, Foi escrita apressadamente e é da sua inteira responsabilidade. O caso foi averiguado e sabe-se que os seus ministros desconhecem por completo a questão. Além disso, foi escrita em termos tão desagradáveis e contém certas frases de natureza tão provocatória que a sua divulgação levaria, sem dúvida, a um perigoso estado emotivo neste país. Haveria tal agitação, Sr. Holmes, que não hesito em dizer que, uma semana após a publicação desta carta, o país ver-se-ia envolvido numa grande guerra.

Holmes escreveu um nome numa folha de papel e deu-a ao primeiro-ministro.

- Exactamente. Foi ele. E foi essa carta... essa carta que poderá bem significar uma despesa de mil milhões e as vidas de cem mil homens... que se perdeu sem se perceber como.

- Já informou a pessoa que a enviou?

- Sim, foi mandado um telegrama em código.

- Talvez ele pretenda a publicação da carta.

- Não, Sr. Holmes, temos razões para pensar que ele já percebeu que agiu de uma forma indiscreta e impulsiva. Seria um golpe pior para ele e para o seu país que para nós se a carta se tornasse do conhecimento público.

- Se assim é, a quem é que interessa que a carta seja divulgada? Por que é que alguém havia de querer roubá-la ou publicá-la?

-Sr. Holmes, força-me a entrar no campo da alta política internacional.





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