O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 13: A Aventura da Segunda Mancha Pág. 347 / 363

A sala estava cheia de artigos de valor, mas nenhum fora roubado Os papeis do morto não tinham sido remexidos. Estes foram cuidadosamente examinados e mostraram que ele se interessava vivamente por política internacional, era um infatigável conversador, notável linguista e incansável correspondente. Era amigo íntimo dos mais destacados políticos de vários países. Mas não foi descoberto nada de sensacional entre os documentos que enchiam as suas gavetas. Quanto às suas relações com mulheres, estas pareciam ter sido promíscuas mas superficiais. Tinha muitos conhecimentos entre elas, mas poucas amigas, e não amara nenhuma. A sua morte era um mistério absoluto e era provável que assim continuasse.

Quanto à prisão de John Mitton, seu criado pessoal, esta deveu-se a uma atitude de desespero como alternativa à total inacção. Mas a acusação não podia ser mantida em relação a ele. Tinha ido visitar uns amigos a Hammersmith nessa noite. O álibi era perfeito. É certo que saíra a uma hora que devia ter feito que chegasse a casa antes da altura de o crime ser descoberto, mas a explicação que ele deu foi que fora a pé parte do caminho e isso parecia provável dado a noite estar muito boa. Chegara a casa à meia-noite e pareceu ficar completamente transtornado com a inesperada tragédia, Dera-se sempre bem com o patrão. Vários objectos pertencentes ao morto - nomeadamente uma pequena caixa de lâminas - tinham sido encontrados nas malas do criado, mas ele explicou que lhe tinham sido dados pelo falecido e a governanta corroborou o facto. Mitton trabalhava para Lucas há três anos. Era do conhecimento geral que Lucas não levava Milton consigo quando visitava o continente. Ia por vezes a Paris, onde ficava durante três meses, mas Mitton ficava encarregue da casa de Godolphin Street.





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