O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 13: A Aventura da Segunda Mancha Pág. 346 / 363

Não queria que víssemos a sua expressão.

- Sim, escolheu a única cadeira da sala.

- E, no entanto, os motivos das mulheres são tão inescrutáveis... Lembra-se da mulher de Margate, de quem eu suspeitei pela mesma razão? Não tinha pó-de-arroz no nariz... essa provou-se que era a solução correcta. Como é que se pode assentar qualquer coisa sobre areias movediças? As suas acções mais triviais podem significar imenso e o seu comportamento mais extraordinário pode depender de um gancho de cabelo ou de um ferro de frisar. Bom dia, Watson.

- Vai sair?

- Sim, vou passar a manhã em Godolphin Street com os nossos amigos da Polícia. A solução do nosso problema reside em Eduardo Lucas, embora tenha de admitir que não faço a menor ideia da forma que esta assumirá. É um erro capital teorizar antes de saber os factos. Fique de plantão, meu caro Watson, e receba quaisquer outros visitantes que apareçam. Se puder, voltarei para almoçar.

Durante esse dia, no dia seguinte e no outro ainda, Holmes esteve com uma disposição à qual alguns dos seus amigos chamariam taciturna, outros sorumbática. Entrava e saía, fumava incessantemente, tocava brevemente no violino, deixava-se levar por fantasias, devorava sanduíches a horas irregulares e mal respondia às perguntas casuais que eu lhe fazia. Era para mim evidente que as coisas não lhe estavam a correr bem quanto às suas investigações. Não voltou a mencionar o caso e foi pelos jornais que tive conhecimento dos pormenores do inquérito, da prisão e subsequente libertação de John Mitton, criado pessoal do falecido. O júri fez a acusação de homicídio voluntário, mas o culpado ou culpados continuaram a ser desconhecidos. Não foi indicado qualquer motivo para o crime.





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