O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 13: A Aventura da Segunda Mancha Pág. 348 / 363

Quanto à governanta, não ouvira nada na noite do crime. Se o patrão recebeu alguma visita, ele próprio terá atendido a porta.

Assim, durante três dias o mistério manteve-se, tanto quanto me apercebi pelos jornais. Se Holmes sabia mais, guardou-o para si mas, como me disse que o inspector Lestrade tinha discutido com ele o caso, percebi que tinha acesso ao desenrolar dos acontecimentos. No quarto dia, chegou um extenso telegrama de Paris que parecia resolver toda a questão.

«A Polícia de Paris acabou de fazer uma descoberta (dizia o Daily Telegraph) que levanta o véu que cobria o trágico destino do Sr. Eduardo Lucas, que sofreu morte violenta na passada segunda-feira à noite em Godolphin Street, Westminster. Os nossos leitores lembrar-se-ão certamente de que o falecido foi encontrado apunhalado na sua casa e que recaíram suspeitas sobre o seu criado pessoal, mas que a acusação foi abandonada devido ao seu álibi. Ontem, uma senhora que é conhecida por Mme. Henri Fournaye, que vive numa pequena vivenda na Rue Austerlitz, foi denunciada às autoridades pelos seus criados como estando louca. Um exame mostrou que, de facto, a senhora adquirira uma mania que assumira uma forma perigosa e permanente. As investigações da polícia levaram à descoberta do facto de que Mme. Henri Fournaye regressara de uma viagem a Londres na passada terça-feira e há provas que a relacionam com o crime cometido em Westminster. Uma comparação de fotografias, provou conclusivamente que M. Henry Fournaye e Eduardo Lucas eram uma única pessoa e que o falecido vivia, por qualquer razão, uma vida dupla em Londres e Paris. Mme. Fournaye, que é de origem crioula, tem uma natureza extremamente excitável e sofreu no passado de ataques de ciúmes que culminaram em graves perturbações.





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