- Bom, depois que é que aconteceu?
- Ela quis ver onde é que o crime fora cometido... tinha lido nos jornais, disse. Era uma jovem senhora com um ar muito respeitável e bem-falante, senhor, e não vi nenhum mal em deixá-la dar uma espreitadela. Quando viu a mancha na carpeta, caiu redonda no chão, como se estivesse morta. Fui buscar água, mas não a consegui reanimar. Depois, fui ali à esquina, ao Ivy Plant, buscar um Pouco de brande, mas quando cá cheguei já a senhora tinha recuperado os sentidos... estava envergonhada e nem ousou olhar para mim.
- E ela mexeu na carpeta?
- Bom, a carpeta estava um pouco enruga da quando voltei. Ela caiu em cima dela e, como vê, está sobre o soalho encerado sem nada a prendê-la. Depois, endireitei-a.
- Que isto lhe sirva de lição. Não me pode enganar, guarda MacPherson - disse Lestrade num tom muito digno. - Sem dúvida que nunca pensou que esta sua infracção viesse a ser descoberta e, no entanto, bastou-me olhar para a carpeta para ter a certeza de que alguém estivera aqui na sala. Tem sorte, homem, por não faltar nada, senão ver-se-ia em grandes apuros. Peço-lhe desculpa de o ter chamado por um motivo tão insignificante, Sr. Holmes, mas achei que o facto de o pormenor da segunda mancha não coincidir com a primeira lhe interessaria.
- Foi, de facto, uma questão extremamente interessante. Esta mulher só cá veio uma vez, senhor guarda?
- Sim, senhor, só cá veio uma vez.
- Quem era ela?
- Não sei o seu nome. Tinha respondido a um anúncio pedindo uma dactilógrafa e tocou no número errado... era uma jovem senhora muito simpática e senhoril.