O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 13: A Aventura da Segunda Mancha Pág. 355 / 363

- Alta? Bonita?

- Sim, era uma senhora bem-parecida. Creio que se poderá dizer que era bonita. Algumas pessoas diriam mesmo que era muito bonita. «Oh, senhor guarda, deixe-me dar uma espreitadela!» disse ela. Tinha uns modos muito cativantes e pensei que não fazia mal deixá-la espreitar da porta.

- Como é que ela estava vestida?

- De uma forma discreta, senhor... com uma capa até aos pés.

- Que horas eram?

- Estava a anoitecer. Quando voltei com o brande estavam a acender os candeeiros da rua.

- Muito bem - disse Holmes. - Vamos, Watson, creio que temos outros trabalhos mais importantes a fazer.

Ao sairmos da casa, Lestrade ficou na sala da frente enquanto o arrependido guarda nos abria a porta da rua. Holmes, já nos degraus que davam para a rua, voltou-se e mostrou qualquer coisa que tinha na mão. O polícia olhou fixamente para ela.

- Santo Deus, senhor! - exclamou com um ar profundamente espantado. Holmes levou um dedo aos lábios, voltou a meter a mão na algibeira superior do casaco e desatou a rir enquanto descíamos a rua.

- Excelente! - disse. - Vamos, meu caro Watson, a cortina está a subir para o último acto. Esteja descansado, pois não haverá guerra, Sua Excelência o Sr. Trelawney Hope não sofrerá qualquer revés na sua brilhante carreira e o indiscreto monarca não será punido pela sua indiscrição. O primeiro-ministro não terá de enfrentar quaisquer complicações na Europa e, com um pouco de tacto e jeito da nossa parte, ninguém sofrerá com um incidente que podia ter sido extremamente grave.

Senti uma imensa admiração por aquele homem extraordinário.

- Resolveu o mistério! - exclamei.

- Não será bem assim, Watson. Há alguns pormenores que continuam tão obscuros como no início.





Os capítulos deste livro