O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 13: A Aventura da Segunda Mancha Pág. 360 / 363

Fi-lo, Sr. Holmes! Fiz um molde da chave. O homem, o tal Lucas, forneceu-me um duplicado. Abri a caixa, tirei o documento e levei-o a Godolphin Street.

- Que é que aconteceu aí, minha senhora?

- Bati à porta como combinado, Lucas abriu-a. Fui com ele à sala, deixando a porta do hall aberta, pois tinha medo de estar sozinha com ele. Lembro-me de que estava lá uma mulher quando entrei. Resolvemos rapidamente o assunto. Ele tinha a minha carta na secretária e eu entreguei-lhe o documento. Ele deu-me a carta.

Nesse instante, ouvimos um barulho na porta e passos no corredor.

Lucas afastou rapidamente a carpeta, enfiou o documento no esconderijo que havia no chão e voltou a colocar a carpeta no seu sítio.

O que aconteceu em seguida pareceu-me um sonho terrível. Vi um rosto escuro e transtornado, a voz de uma mulher que gritou em francês «A minha espera não foi em vão. Finalmente, finalmente encontrei-te com ela!» Lutaram selvaticamente. Vi-o com uma cadeira na mão e uma faca na mão dela. Fugi daquela horrível cena, fugi daquela casa e só na manhã seguinte é que li no jornal o terrível desfecho. Nessa noite, senti-me feliz, pois tinha a minha carta e não sabia ainda aquilo que o futuro me traria.

» Nessa manhã é que me apercebi de que apenas trocara um problema por outro. A angústia do meu marido com a perda da carta cortou-me o coração. Dificilmente resisti a ajoelhar-me aos seus pés e a contar-lhe o que fizera. Mas isso significaria confessar o meu passado. Fui ter consigo nessa manhã a fim de perceber da gravidade da minha transgressão. A partir do momento em que compreendi o que fizera, o meu pensamento passou a ser um só, reaver o documento do meu marido.





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