O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 3: A Aventura dos Dançarinos Pág. 64 / 363

Foi nessa altura que lhe escrevi e lhe mandei o papel, Sr. Holmes. Não era uma coisa que pudesse levar à polícia, pois rir-se-iam de mim, mas o senhor dir-me-á o que hei-de fazer. Não sou um homem rico, mas, se a minha mulherzinha estiver ameaçada por qualquer perigo, gastarei até ao meu último tostão para a proteger.

Que boa criatura aquele homem, filho de solo inglês... simples, directo e terno, com os seus olhos azuis e rosto largo e agradável. As suas feições resplandeciam de amor e confiança na sua mulher. Holmes ouviu a sua história com a maior atenção, ficando depois em silêncio durante algum tempo.

- Não acha, Sr. Cubitt - disse ele finalmente -, que o melhor plano seria falar com a sua mulher, pedindo-lhe para compartilhar consigo o segredo dela?

Hilton Cubitt abanou a sua grande cabeça.

- Uma promessa é uma promessa, Sr. Holmes. Se Elsie me quisesse contar, fá-lo-ia. Se não quer, não me cabe a mim forçar essa confidência. Mas sinto que se justifica eu tomar medidas... e tomá-las-ei.

- Então, ajudá-lo-ei de todo o coração. Em primeiro lugar, ouviu falar da presença de estranhos nas proximidades de sua casa?

- Não.

- Presumo que seja uma região muito sossegada. Qualquer rosto desconhecido daria origem a comentários?

- Nas vizinhanças, sim. Mas temos várias termas de águas a pouca distância e os lavradores recebem hóspedes.

- Estes hieróglifos têm, obviamente um significado. Se esse significado for puramente arbitrário poderá ser impossível descobri-lo. Se, por outro lado, for sistemático, não tenho dúvidas ti que solucionaremos o caso. Mas esta amostra especifica é tão pequena que não posso fazer nada, e os factos que me apresentou são tão indefinidos que não disponho de base para uma investigação.





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