O corredor, bem como a sala, estava cheio de fumo e do cheiro a pólvora. A janela estava fechada e trancada pelo lado de dentro. Ambas as mulheres tinham a certeza desse pormenor. Tinham chamado imediatamente o médico e o polícia. Depois, com a ajuda do
groom e do moço de estrebaria, tinham transportado a patroa ferida para o seu quarto. Quer ela quer o seu marido tinham estado na cama. Ela envergava um vestido... ele, o robe por cima da roupa de dormir. O escritório estava intacto. Tanto quanto sabiam, nunca tinha havido qualquer zanga entre marido e mulher. Tinham sido sempre considerados um casal muito unido.
Estes foram os pormenores mais importantes do depoimento das criadas. Em resposta à pergunta do inspector Martin, ambas afirmaram claramente que todas as portas estavam fechadas pelo lado de dentro e que ninguém podia ter fugido de dentro da casa. Em resposta a Holmes, ambas disseram recordar-se de que se tinham apercebido do cheiro a pólvora a partir do momento em que saíram dos seus quartos no andar de cima.
- Chamo a maior atenção e cuidado para esse facto - disse Holmes ao seu colega de profissão. - E creio que agora estamos em situação de procedermos a um exame exaustivo do escritório.
O escritório era uma sala pequena, com três das paredes forradas de estantes com livros e com uma mesa de escrever em frente a uma janela vulgar que dava para o jardim. A nossa atenção recaiu em primeiro lugar no corpo do desafortunado proprietário, cuja enorme figura jazia no chão. O seu vestuário descomposto mostrava que tinha sido bruscamente acordado. A bala que o atingira fora disparada pela frente e ficara cravada no seu corpo depois de atravessar o coração.
