O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 3: A Aventura dos Dançarinos Pág. 76 / 363

Não havia dúvida de que a morte fora instantânea e indolor. Não havia vestígios de pólvora quer no seu robe, quer nas suas mãos. Segundo o médico de aldeia, a mulher tinha manchas de pólvora no rosto mas não nas mãos.

- A ausência destas últimas manchas não significa nada, embora a sua presença pudesse significar tudo - disse Holmes. - A menos que a pólvora de um projéctil mal ajustado salte para trás, podem fazer-se muitos disparos sem deixar vestígios. Sugeria que o corpo do Sr. Cubitt fosse removido. Doutor, calculo que não tenha retirado a bala que feriu a senhora!

- Para que isso seja feito é necessário uma complicada operação. Mas ainda estão quatro balas no revólver. Foram disparadas duas e infligidos dois ferimentos, portanto, sabe-se o destino de cada uma das balas.

- Aparentemente seria assim - disse Holmes. - Talvez também possa indicar a proveniência da bala que tão claramente atingiu o parapeito da janela.

Holmes tinha-se virado bruscamente e o seu longo e fino dedo apontava para um buraco na parte de baixo do parapeito da janela, a cerca de três centímetros do remate inferior.

-Ora esta! - exclamou o inspector. - Como é que viu isso?

- Procurando.

- Espantoso! - disse o médico de aldeia. - Tem toda a razão, Sr. Holmes. Então, foi disparado um terceiro tiro e, portanto, uma terceira pessoa tinha de estar presente. Mas quem é que podia ter sido e como é que fugiu?

- Esse é o problema que nos preparamos para resolver - disse Sherlock Holmes. - Lembra-se, inspector Martin, de que quando as criadas disseram que ao saírem dos quartos se aperceberam imediatamente do cheiro a pólvora eu referi que esse pormenor era extremamente importante?

- Lembro-me, mas confesso que não entendo o que quer dizer com isso.





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