O Regresso de Sherlock Holmes - Cap. 3: A Aventura dos Dançarinos Pág. 74 / 363

Cubitt? - perguntou Holmes.

- Não mexemos em nada a não ser na senhora. Não a podíamos deixar ferida ali no chão.

- Há quanto tempo é que cá está, doutor?

- Desde as quatro da manhã.

- Está cá mais alguém?

- Sim, um polícia.

- Tocou em alguma coisa?

- Em nada.

- Agiu com grande discrição. Quem é que o mandou chamar?

- A criada, Saunders.

- Foi ela quem deu o alarme?

- Ela e a Srª King, a cozinheira.

- Onde é que elas estão agora?

- Creio que na cozinha.

- Então, acho que devemos ouvir a sua história imediatamente.

- O antigo hall, com paredes forradas a madeira e janelas altas, fora transformado em sala de averiguações. Holmes sentou-se numa grande cadeira antiga, e os seus inexoráveis olhos brilhavam no rosto perturbado. Vi no seu olhar o firme propósito de dedicar a sua vida àquela investigação até que o cliente que não conseguia salvar fosse, finalmente, vingado. O elegante inspector Martin, o velho médico de aldeia de cabelos brancos, eu próprio e um sólido polícia local constituíamos o resto daquele estranho grupo.

As duas mulheres contaram a sua história com bastante clareza. Tinham acordado com o barulho de uma explosão, seguida um minuto depois por uma segunda. Dormiam em quartos contíguos e a Srª King correra para o quarto de Saunders. Tinham ambas descido as escadas. A porta do escritório estava aberta e havia uma vela acesa sobre a mesa. O seu patrão estava deitado de bruços no centro da sala. Estava indubitavelmente morto. Junto da janela, estava agachada a sua mulher, com a cabeça encostada à parede. Estava terrivelmente ferida e um dos lados do rosto estava cheio de sangue. Respirava de uma forma ofegante, mas não conseguia dizer nada.





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