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Capítulo 3: Capítulo 3

Página 127
O povo, nos templos, veste-se de branco. O sacerdote apresenta-se com traje de cores diversas, de confecção admirável, embora a matéria não seja muito preciosa. Não são bordados a ouro nem têm pedras preciosas, antes trabalhados com penas de aves, de tal modo que o seu preço ultrapassa em muito o dos tecidos mais preciosos. Além disso, na ordem determinada da disposição das penas estão contidos certos símbolos dos mistérios divinos, cuja interpretação é ensinada fielmente pelos sacerdotes, para recordarem os benefícios de Deus, reconhecimento que a ele devem e os seus deveres recíprocos. Maio sacerdote, revestido de tal traje, penetra no templo, todos se prostram imediatamente, reverentemente, em tão profundo silêncio, que o espectáculo nos desperta uma espécie de temor semelhante ao que despertaria a presença do próprio Deus. Depois de uma breve prostração, o sacerdote faz-lhes sinal para se erguerem. Então começam a entoar louvores a Deus, intercalados do som de instrumentos musicais utilizados naquela parte do mundo. E embora alguns dos usados por nós sejam mais harmoniosos, certos instrumentos seus ultrapassam de longe os nossos. Numa coisa, sem dúvida, nos excedem. A música que tocam e os seus cânticos expressam de tal modo os sentimentos naturais, o seu som e harmonia é tão agradável, que se assemelham a preces, ou antes a jorros de alegria, de paciência, de aflição, de pesar e de cólera. A forma da melodia representa de tal maneira o sentimento que atinge, penetra e inflama a alma dos ouvintes.

Por fim, o povo e o sacerdote recitam juntos as orações solenes, formuladas em termos determinados, de modo a que cada um possa referir a si o que todos recitam em comum. Nestas orações, os homens reconhecem Deus como seu Autor, senhor e causa principal de todo o bem, agradecendo-lhe por tantos benefícios que dele receberam e principalmente pelo favor de

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Capa do livro A Utopia
Páginas: 133
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Capítulo 2 8
Capítulo 3 51