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Capítulo 2: Capítulo 2

Página 37
desconfiar no entanto dela como dum inimigo. Manter os Escoceses de prevenção, como num alerta, prontos para, em qualquer momento que se note um movimento em Inglaterra, serem imediatamente lançados contra ela; manter em segredo (pois, abertamente, seria difícil realizá-lo) um grande fidalgo inglês que se tenha exilado do seu país e que reclame os seus direitos ao trono inglês, e por este meio subtilmente se ponha em cheque o rei, de quem sempre se desconfia.

«Suponhamos, pois, que eu, pobre louco, me levanto no meio de tão altos assuntos, no meio de uma assembleia tão nobre e sábia, que aconselha o rei à guerra, que me levanto, repito, e lhes troco as voltas e lhes ensino outra lição, dizendo que o meu conselho é que se deixe em paz a Itália e se fique em França, pois que a França é já grande de mais para ser bem governada por um só homem, e que o rei não deve preocupar-se com aumentá-la; e proponho ainda que tomem como exemplo os Acórios, cujo país se situa em frente da ilha da Utopia, a sudeste. Os Acórios travaram outrora uma guerra por o seu rei desejar dominar outro reino, cujo trono reclamava e a que se achava com direito, em virtude de uma velha aliança. Por fim conseguiram vencê-lo e não demoraram a reconhecer que tinham mais trabalho em conservá-lo do que tinham tido em conquistá-lo. Ora os seus novos súbditos se revoltavam diariamente contra eles, ou então os outros países tentavam continuamente invadir o país conquistado, de maneira que ou tinham de combater por eles ou contra eles, e nunca podiam depor as armas, vendo-se entretanto pilhados e empobrecidos e o dinheiro a correr para além-fronteiras e os seus homens mortos para defender a glória de uma nação estrangeira. Quando não estavam em guerra, a paz não valia mais que o estado de conflito, pois a guerra corrompera os costumes dos soldados, dando-lhes o gosto e o prazer do roubo e da pilhagem;

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Capa do livro A Utopia
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